Investir é se proteger contra o futuro e não adivinhá-lo

No início de cada ano, é comum encontrar artigos que destacam os possíveis melhores investimentos para o ano seguinte. Analistas e especialistas examinam dados, consultam economistas e tentam prever como os investimentos se comportarão ao longo do ano. Eles buscam identificar as melhores ações, os setores mais promissores e consideram todos os fatores que podem influenciar a rentabilidade dos investimentos. Mas será que essa é uma estratégia eficaz?

A imprevisibilidade dos investimentos

Investir não é uma questão de ter uma bola de cristal. Isso simplesmente não existe. O futuro dos investimentos é sempre imprevisível, independentemente das circunstâncias. Lembro-me bem de como, em 2007, pouco antes da crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos, a maioria dos analistas estava otimista com a economia global, prevendo um crescimento contínuo. Parecia que a bonança seria eterna. No entanto, apenas alguns poucos, como Peter Schiff e Nouriel Roubini, previram a crise. Eles estavam certos.

Essa imprevisibilidade não se limita aos períodos de bonança. Durante crises, quando todos afirmam que a tempestade nunca passará, o cenário pode mudar rapidamente, pegando todos de surpresa. Enquanto alguns analistas recomendam cautela e uma baixa exposição ao mercado de ações, pode ser exatamente o momento certo para aumentar essa exposição. Ou talvez não seja. Ninguém pode prever com certeza qual será a melhor decisão. É mais fácil tomar decisões olhando para trás do que olhando para frente.

Por isso, a melhor abordagem para investir é deixar de lado a ideia de tentar prever o futuro e concentrar-se em alcançar resultados consistentes em qualquer cenário possível. Quando você tenta prever o futuro e escolher os melhores investimentos, há o risco de alocar muito dinheiro em determinados ativos, aumentando a probabilidade de perdas significativas caso esses ativos não se comportem como esperado.

O caminho para o sucesso a longo prazo

Mas como fazer isso?

Primeiramente, é importante esquecer o curto prazo.

Previsões para um ano são consideradas de curto prazo. É melhor concentrar-se no longo prazo, que paradoxalmente é mais previsível. Por exemplo, ninguém sabe ao certo se em 2015 será descoberta a cura definitiva para a AIDS. Pode acontecer, pode não acontecer. No entanto, no longo prazo, parece razoável acreditar que, nas próximas décadas, essa descoberta ocorrerá. Concentrar-se no longo prazo significa apostar na ideia de que a cura será encontrada, o que oferece mais chances de sucesso do que tentar prever quando exatamente isso acontecerá. Pode ou não ocorrer em 2015, mas a probabilidade é maior no longo prazo, pois você tem paciência para esperar.

Em segundo lugar, não coloque todas as suas fichas em poucos ativos.

Embora os últimos anos possam não ter sido favoráveis para o mercado de ações em geral, não há garantias de que 2015 será igual. Pode haver uma recuperação significativa. Ou talvez os melhores investimentos sejam títulos do tesouro direto ou fundos imobiliários. Ninguém sabe ao certo. Portanto, é importante diversificar seu portfólio e investir em diferentes classes de ativos.

Por último, lembre-se de que evitar a pobreza é o primeiro passo para enriquecer.

Não há nada de errado em adotar uma postura defensiva com seus investimentos. Construir riqueza é um processo árduo que requer trabalho duro, economia e sacrifícios no presente para garantir um futuro melhor. Ser conservador não significa investir apenas em ativos de baixo risco, mas sim construir uma carteira diversificada que ofereça proteção contra perdas substanciais.

Em resumo, para ter sucesso a longo prazo, é essencial concentrar-se no longo prazo, diversificar seus investimentos e adotar uma abordagem conservadora na seleção de ativos. E, acima de tudo, ter paciência para esperar que seus investimentos deem frutos.

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